quinta-feira, 10 de junho de 2010

A grande mídia brasileira demonstra imaturidade ao negligenciar o El Dorado do Parima.














Reconhecemos que a grande mídia é uma indústria, e, como tal, possui interesses acima de tudo e quase exclusivamente comerciais, sobretudo em países governados por políticos e legislações capitalistas, como é infelizmente o nosso caso, segundo a opinião particular do autor desse texto. O fato da grande mídia ser comercial em sua essência justificaria então a larga predominância do chamado besteirol em sua programação. Contudo, se compararmos duas grandes mídias quase puramente comerciais, como a americana e a brasileira, veremos que, apesar de em ambas predominar largamente o besteirol, na primeira vê-se que tal besteirol é impregnado de conteúdo patriótico e de afirmações recorrentes da grandeza da cultura nacional. Em quase toda a programação americana, seja jornalística ou de entretenimento, vê-se insistentemente ,seja de forma meramente insinuativa ou explícita, a afirmação da grandeza americana e um culto quase obcessivo ao "American Way of Life ". E, embora muitos possam discordar que seja culturalmente edificante aos Estados Unidos o "American Way of Life", todos terão que convir se mostrarem os valores expressos em seu conteúdo semântico econômica e estrategicamente edificantes, sendo estes um propulsor para o desenvolvimento financeiro dessa potência. Já , no caso do besteirol brasileiro, insinuamos valores que nos são adversos em todos os aspectos, sejam culturais, estratégicos ou econômicos. A imagem do "País do Jeitinho Brasileiro" é em certos aspectos contrária à do"American Way of Life ", e nos impele para a ruína econômica, considerando que , para crescermos financeiramente teremos que vencer a crise de caráter implícita em nosso símbolo nacional. Lembremos que o pedagógico e emblemático personagem "Zé Carioca" , com que fomos "educados" durante e após a segunda guerra, personagem este que foi estrategicamente elaborado para atender à política imperialista de dominação panamericana de Roosevelt, parece ter sido o precursor do símbolo do "Jetinho Brasileiro", tal como o conhecemos na atualidade, o que nos leva e cogitar a possibilidade de nossa identidade nacional ter sido artificialmente criada, ou, dizendo de forma mais apropriada, reforçada em seus aspectos mais nocivos. E quem se lembra dos "pedagógicos " filmes de Walt Disney "Alô, Amigos "feito em 1942 e dos "Três Cavaleiros" de 1945, que lançaram o Zé Carioca e outros personagens que caricaturam os latino-americanos, nos quais estes são sempre associados a vícios de caráter, no caso do primeiro tidas como indolência, permissividade moral, malandragem ,vagabundagem, enquanto os personagens americanos são exaltados em suas virtudes mais elevadas. Coincidência ou não, outra imagem adversa muito difundida em nosso besteirol e bem reforçada nos gibis do Zé Carioca é a do" País do Futebol", e isso nos leva a um patriotismo oscilante e instável, que nos faz exaltar com irracional e passageiro fervor a nossa nação em dias de vitória e a termos o nosso patriotismo derrocado em dias de derrota, levando-nos a um complexo de inferioridade nacional quando perdemos. Quando nossa seleção está em campo, ela não é como um outro time qualquer, pois se reveste de algo a ela transcendendente, não sendo uma mera seleção de futebol, mas o símbolo vivo e personificado de um país em campo. Se comparamos a seleção brasileira com o "Dream Team",o análogo internacional mais próximo daquela, veremos que a primeira é um símbolo nacional, enquanto o segundo é de importância secundária para a formação da identidade cultural americana, que não é oscilante, mas de solidez tamanha que mantem-se quase inexpugnável mesmo nos momentos de perigosas crises.

Nossa mídia, na qualidade de indústria capitalista, só amadurecerá como tal, a partir do momento em que começar a entender a supracitada diferença entre o "besteirol" brasileiro e o americano. Um Símbolo Nacional edificante sem dúvida é um importante impulsionador da economia de um povo e, por conseguinte, de sua mídia, que muito ganharia com o crescimento do poder econômico da nação em que é sediada decorrente de sua consolidação. Somente a imagem da Amazônia é mais célebre no exterior do que o nosso futebol e Carnaval. Mas, como dissemos na postagem anterior,o Brasil desconhece a cultura amazônica,uma vez que condenou ao esquecimento seus aspectos culturais maiores. Se o Símbolo Nacional do Brasil fosse associado aos nossos aspectos culturais maiores, seríamos o País do El Dorado ou o País das Amazonas, e não o do futebol, do Carnaval e do Jeitinho Brasileiro. Então, hoje em dia teríamos desenvolvido , incorporado e adaptado para o mundo moderno os paradigmas que refletem a grandeza de nossa verdadeira cultura, paradigmas estes reverenciados em filmes como o "Avatar", por representarem um arquétipo coletivo que poderia salvar a nossa civilização do estrondoso colapso que está cada vez mais eminente. Mas, os aspectos maiores da cultura da Amazônia como o El Dorado e as Amazonas foram esquecidos pela mídia e pela sociedade brasileiras. Não afirmamos que a grande mídia brasileira deveria ter recebido a descoberta do extinto Lago Parima do El Dorado como algo comprovado, pois esta deve tratar de um assunto de tamanha seriedade com extrema cautela, para não correr o risco de divulgar como comprovado algo que poderia ser apenas uma teoria engenhosa. Sendo assim , a grande mídia não deveria tê-la ignorado, mas a divulgado a título de mera teoria engenhosa defendida por especialistas mundialmente qualificados nos campos específicos, a fim de que a nossa sociedade clamasse por projetos de pesquisas que visassem comprovar ou contestar definitivamente aquela. Mas ,a grande mídia resolveu ignorar esse assunto por considerá-lo tabu e por desconhecer totalmente as menções históricas pertinentes ao El Dorado, também tidas como tabu por nosso meio acadêmico. Seja obra do acaso ou não, o El Dorado e as Amazonas são temas tabus para a mídia e o meio acadêmico brasileiros, assim permanecem como símbolos latentes e mortificados os únicos arquétipos coletivos brasileiros que se equiparam em sua celebridade ao emblema do país do Carnaval, do Futebol, do Zé Carioca e do Jeitinho Brasileiro. É preciso que a nossa grande mídia e o nosso meio acadêmico se desvinculem desse preconceito, a fim de que a nossa ciência possa trazer à luz aquilo que algum dia poderá tornar-se um Símbolo Nacional dotado de tamanha força a ponto de atenuar as mazelas causadas pelo contínuo reforço midiático dos símbolos nacionais adversos que artificialmente consolidamos. O desenho abaixo, endossado pelas denúncias de Generais do Exército que temos em conta de verdadeiros Heróis Nacionais, mostra o quanto pode nos custar a omissão da mídia brasileira em relação a esse assunto.











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