domingo, 15 de novembro de 2009

A descoberta do extinto Lago Parima do El Dorado



Esse blog visa tratar sobretudo da grande descoberta realizada na grande savana Parima/Rupununi de Roraima e da Guiana constituída geologicamente por grande parte da Formação Boa Vista feita por Roland Stevenson e codescobridores do extinto Lago Parima(e), também chamado Manoa, Rupununi ou White Sea, tido historicamente como um mar interior de dimensões comparadas ao Mar Cáspio situado na antiga Guiana que constituía o marco geográfico do mundialmente célebre El Dorado do Parima, a grande província aurífera e de pedras preciosas dos Incas. Contudo, esse blog não deve ater-se a essa descoberta sem precedentes em nosso país nos campos relacionados, mas tratar também de graves problemas científicos e culturais que a esta digam respeito ou que não lhe sejam imediatamente tocantes, exortando todos os amantes das culturas nativas da América Latina a lutarem pelo estabelecimento nos países relacionados de uma ciência independente e imparcial, que não diminua em seu valor nem trate de forma evasiva as nossas tradições indígenas maiores,mas que se empenhe em pesquisá-las e divulgá-las de forma rigorosa e comprometida.
Notamos que, em muitos de seus segmentos que tratam de nossos aspectos culturais comuns a ciência latino-americana vem se mostrando relutante ou acanhada em afirmar de forma altissonante a grandeza da cultura nativa conjunta da América Latina, que teve como o seu expoente máximo o apogeu do Império Inca, o qual atingiu o Oceano Atlântico e quase estendeu os seus domínios à toda a América do Sul, tal como a cada dia nos demonstram novas evidências de ordem histórica, antropológica, etnológica e arqueológica. E tais evidências, que dariam para preencher pesados volumes, serão tratadas brevemente e com linguagem acessível no decorrer desse blog, o qual tem como fim não apenas discorrer sobre estas evidências em si, mas contestar um pensamento científico ultrapassado, que em muito tem dificultado a integração cultural da América Latina, assim como a consolidação de uma identidade cultural comum que irmane os povos relacionados através dos sólidos vínculos consanguíneos estabelecidos em nosso passado por meio da conquista e expansão do Antisuyu, o Império Inca do Leste, num grande e esquecido feito histórico comparável ao de Alexandre, o Grande, mas operado em nosso continente pelos Incas Pachacuti, Tupác Inca Yupanqui e Guayana-Capac.



Tendo por fim começar a expor a contundência de tais evidências, recordo-me de uma conversa sobre que tive com o dedicado amante da cultura nativa da América Latina, historiador, escritor e membro de minha equipe Luiz Galdino, conversa esta que tratava dos indígenas Tukano, os quais eram originários da Colômbia e foram anexados ao Império Inca antes de sua migração para o Brasil, tendo atingido nosso país não somente na Amazônia, mas chegado até mesmo à Bahia, tal como indicam as menções históricas por ele levantadas. Lembremos também que as pioneiras pesquisas de Roland Stevenson indicam a presença de indígenas que falam quéchua em pleno Amapá, além de possuírem eles características físicas notadamente andinas. Infelizmente, embora Stevenson esteja convidando de forma recorrente os estudiosos brasileiros a documentar tais indígenas, seus insistentes convites em nada tem resultado, o que descortina mais uma vez esse grande problema científico de nosso país, o qual consiste numa injustificável repulsa a qualquer visão que ataque os velhos paradigmas responsáveis pela dissociação cultural da América Latina. Não obstante, devemos lembrar que o pensamento aqui defendido, conquanto seja até certo ponto contrário aos paradigmas vigentes da arqueologia brasileira, é enxergado com bastante simpatia por diversos arqueólogos de nossos países vizinhos, assim como europeus e, sobretudo, por milhares de indígenas quéchuas, descendentes vivos dos Incas, que atestam tratarem as suas tradições da conquista e da expansão do Antisuyo até regiões distantes da Amazônia brasileira. Devido sobretudo às diversas evidências e provas de que dispomos e que compartilharemos parcialmente com o leitor, acreditamos que o pensamento aqui defendido esteja prestes a se tornar o paradigma vigente da arqueologia latino-americana na área que lhe é respeitante. A descoberta do Lago Parima, o qual pode ser tido como o símbolo maior da unificação cultural da América Latina, constitui o nosso argumento maior sobre a presença Inca em terras brasileiras, e convidamos o leitor a adentrar nesse tema instigante e verdadeiramente épico. Afinal, menções históricas como as de Ciéza de León , de Gaspar de Carvajal, de Walter Raleigh,de Antônio de Berrio,Juan de Salas, Francisco Lopez de Gornara,etc. confirmam ,muitas vezes da forma mais clara e explícita, que os Incas atingiram a região do Lago Parima,o que era também indicado por seus informantes indígenas de diversas etnias. Como codescobridor do Lago Parima, que tem prestado uma importante colaboração ao muitíssimo admirado amigo e pesquisador Roland Stevenson, dedico nosso grande descobrimento a todos os amantes da cultura nativa conjunta da América Latina e a todos os agentes da disseminação dessa visão que nos irmana em nossas raízes ancestrais, tornando o nosso passado ainda mais épico e grandioso.

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