segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Em Honra à Memória de Sir Walter Raleigh









Sir Walter Raleigh - Portrait by Nicholas Hilliard, c. 1585. Sir Walter Raleigh (1552 – 29 October 1618), was a famed English writer, poet, courtier and explorer. He was responsible for establishing the first English colony in the New World. He was imprisoned in the Tower of London on 19th July and tried on 17th Novem...




Sentimo-nos profundamente honrados em razão das próvidas sutilezas do destino terem conferido a nós latino-americanos, herdeiros legítimos dos grandiosos Incas, e não aos grandes cientistas, historiadores e instituições de pesquisa da Inglaterra, a missão de descobrir o extinto grande Lago Parima do El Dorado e, por conseguinte, de restituir a memória desse fabuloso e encantador personagem histórico do sec. XVI que é Sir Walter Raleigh. Honradamente, convidamos os respeitáveis ingleses amantes de sua belíssima história e cultura a seguirem as sendas por nós desbravadas,em razão de pressupostamente serem eles os principais interessados em reparar esse oprobioso erro cometido contra Raleigh, que fementiu e maculou a história e a justiça desse país com manchas verdadeiramete terríveis. O nobre Sir Walter Raleigh é um dos personagens maiores, mais polêmicos e injustiçados da história inglesa, que teve um fim terrível ao ser condenado injustamente por Jaime I ao degredo do ignominioso cárcere e depois levado ao cadafalso para uma trágica e imerecida decaptação, sendo uma romântica mistura de poeta, escritor maldito, cortesão, navegador, desbravador, colonizador e visionário. Ele tornou-se um dos escritores mais “malditos” da literatura daquele país, em nada perdendo, ou talvez até superando no que se refere a esse funesto e, de certo modo, glorioso epíteto, a William Blake, Lord Byron e Thomas de Quincey, Dylan Thomas devido em grande parte à sua célebre obra épica“The Discovery of the Large,Rich and Beautiful Empire of Guiana, Which the Spaniards Call El Dorado...”,na qual ele declara ter descoberto o El Dorado na região correspondente às atuais Roraima , Guiana e Venezuela. Se os ingleses atualmente reconhecem que ”a justiça da Inglaterra nunca foi tão ferida e degradada como com a condenação de Walter Raleigh” tal como exposto por um célebre juiz de Londres, deve-se considerar que a desonra a sua justiça nesse caso foi ainda mais grave, se levarmos em conta a grande descoberta de Roland Stevenson e codescobridores do extinto Lago Parima ,assim como da gigantesca Província Mineral relacionada, situada no norte-amazônico, sobretudo na região que atinge e ultrapassa as nossas fronteiras com a Colômbia, Venezuela e Guiana. Segundo Raleigh, o El Dorado se situava na antiga Guiana e tinha como marco geográfico um mar interior de dimensões comparáveis ao mar Cáspio, o qual era circundado por imensas reservas em ouro e pedras preciosas,de subsolo e aluvião, e encravado por uma faustosa cidade em suas margens, comumente chamada de Manoa, tida por ele como o refúgio dos incas após a invasão espanhola. Tal como comentado por Sir Robert Shomburgk, o subcomandante Lawrece Keymis, que foi por Raleigh encarregado de explorar as terras incógnitas da Guiana situava o gigantesco Lago Parima ,chamado pelos naturais da Guiana de Rupununi ,exatamente na grande savana aonde se situam os grandes rios Parima e Rupununi de Roraima e da Guiana, na qual se sucedeu a importantíssima descoberta de que tratamos, sendo tal localização confirmada também pelo mapa do oficial de Raleigh Thomas Hariot.Abaixo, um mapa antigo sobre a lenda de uma grande e opulentíssima cidade às margens do Lago Parima, sendo aquela uma mitificação de algo que tinha uma silheta histórica representada pela existência do Lago Parima do El Dorado, da Província Mineral do El Dorado do Parima e da presença inca na região, atestada por indícios históricos, arqueológicos, linguísticos, etnológicos e antropológicos .
Manoa: a Fantasy City











Devido em parte à imensa polêmica mundial ocasionada por aquela obra, Raleigh se tornou uma das cem personalidades mais biografadas ou com maior número de obras a seu respeito da história da humanidade. Durante séculos, milhares de livros foram publicados sobre Raleigh e o El Dorado do Parima, embora tenham sido raríssimos aqueles trouxessem alguma luz a esse tema, circundado por lúridos abismos de ignorância, especulação e obscuridade. Logo depois do muitíssimo célebre geógrafo e naturalista Alexander von Humboldt ter declarado no séc. XIX ser a gigantesca província mineral de que tratara inexistente e que o Lago Parima era uma mera lenda advinda das cheias do rio Branco (rio Parima), Walter Raleigh foi injustamente condenado ao escárnio e à execração públicas, quedando rumo aos ergástulos dos personagens malditos de nossa história. Embora antes de Humboldt muitos tenham considerado Raleigh um visionário ou um mentiroso, essa posição só se consolidou mais profundamente no imaginário popular europeu após a infundada declaração daquele naturalista. Contudo, mesmo naquela época, a maioria dos historiadores redimiu parcialmente Raleigh dos labéis daquele desonroso epíteto, considerando que seria insensato chamar-lhe de mentiroso ou de visionário, uma vez que muito do que ele escreveu sobre o El Dorado do Parima, lhe foi comprovadamente revelado pelos espanhóis com total exatidão, como no caso do então Governador das Ilhas Margarita Juan de Salas e no do então Governador das atuais Venezuela e Guiana Antônio de Berrio, ou de forma mais vaga pelas crônicas de Ciéza de León, quando estas tratam da busca pelo El Dorado empreendidas por Gonzalo Pizarro e nas de Gaspar de Carvajal, sobretudo na parte do diálogo com o índio Trombeta. Então, depois do séc.XIX, Raleigh foi condenado pelos especialistas não como mentiroso, mas por sua precipitação ao ter afirmado falaciosamente a existência desse mar interior e da gigantesca província mineral pertinente. Assim, o tema do El Dorado do Parima tornou-se imbróglio de trevas e irracionalidade, considerando que só um muito atilado intelecto permitiria concluir que não poderia ser em sua totalidade uma ilusão algo que havia sido afirmado aos espanhóis de forma tão recorrente por diversas etnias indígenas estabelecidas em regiões muito distantes entre si e muitas vezes submetidas às mais cruentas torturas.














Hoje, sabe-se que existe de fato uma gigantesca província mineral no exato local descrito por Raleigh, Keymis ,Berrio, Salas, Gornara, etc.,mas os livros de história e os especialistas esqueceram de considerar que a “descoberta” recente de tal província deveria fatalmente os levar a reconsiderar em parte suas posições sobre Raleigh e o El Dorado do Parima. Embora Robert Schomburgk, Henry Dalton e Koch Grunberg tenham chegado a cogitar a possibilidade do Lago Parima ter se extinguido e realmente existido no passado ,nenhum deles examinou essa possibilidade a fundo, nem se interessou em buscar elementos que pudessem comprová-la,muito provavelmente para não irem contra a posição de Alexander von Humboldt .Se eles tivessem se interessado em comprová-la ,teriam encontrado facilmente as grandes praias e as marcas da linha da água do extinto Lago Parima descobertas por Roland Stevenson e codescobridores, que constituem provas inequívocas e incontestáveis sobre o fato de ter sido um mar interior esta gigantesca savana bastante plana situada numa depressão em meio à densa Amazônia. Essa grande savana é análoga em diversos aspectos ao Complexo do Pantanal, considerando em parte que neste a vegetação savânica se localiza em locais sazonalmente ou periódicamente alagáveis, em razão de uma vegetação mais densa não poder se establecer nos locais sujeitos a tais alagamentos. Teriam também descoberto uma falha geológica rompida recentemente(Fratura do Caracaraí) na região de fossa mais profunda do leito do grande lago,e constatado que ela cedeu devido às imensas pressões ocasionadas pela imensa massa hídrica até então suportada por sua frágil estrutura, o que ocasionou a drenagem do Lago Parima através do rio Parima (rio Branco).
Por sorte dos latino-americanos e dos descobridores, no séc. XX nenhum grande especialista europeu ou americano se preocupou em investigar e comprovar a possibilidade do gigantesco Lago Parima ter se secado. A nós latino-americanos coube providencialmente esse glorioso mérito almejado por tantos nobres e cientistas europeus mundialmente reconhecidos. O destino foi verdadeiramente justo ao nos laurear com essa descoberta, pois somos nós latino-americanos os herdeiros e descendentes do Império Inca, filhos de Pachacuti, Tupac Yupanqui e Guayana Capac, esses grandiosos heróis de nosso épico passado que, num dos momentos culminantes da história de nosso continente, conseguiram anexar aos seus domínios já estabelecidos boa parte do Brasil, Venezuela e das Guianas, atingindo talvez dimensões superiores ao Império Romano. Talvez até mesmo Raleigh considerasse justo terem sido os latino-americanos os descobridores do Lago Parima, considerando que ele era um grande apaixonado e defensor da nossa cultura ancestral, tendo sido ele o maior apologista da restaurção do Império Inca e de que este incorporou aos seus domínios territórios hoje brasileiros, sempre contrário à bárbara tirania imposta pela invasão espanhola. Já, quanto à cidade de Manoa, algumas vezes tratada pelos espanhóis como um cemitério no qual os naturais eram enterrados com seus pertences de ouro, somente o futuro e estudos aprofundados poderão nos dizer se realmente existiu... Somente o futuro poderá revelar se a memória de Raleigh será restituída também nesse caso, talvez isso caiba aos cientistas ,historiadores e políticos ingleses, uma vez que no Brasil as autoridades estão pouco interessadas em restituir ao mundo a memória do grande herói que foi Raleigh,ou de reparar as máculas deixadas na história e no sistema jurídico daquele país pela vexatória injustiça contra ele cometida. De qualquer forma, diversos elementos nos possibilitam comprovar que o El Dorado do Parima não era em sua totalidade uma mera lenda desprovida de fundamentação histórica,fazendo com que o destino por fim coroasse Sir Walter Raleigh com longanimidade , dignificando-lhe com os mais gloriosos estemas,ao restituir-lhe o altíssimo lugar por ele merecido entre os estrênuos heróis de nossa história.

domingo, 15 de novembro de 2009

O Inca Pachacuti

Pachacuti

A descoberta do extinto Lago Parima do El Dorado



Esse blog visa tratar sobretudo da grande descoberta realizada na grande savana Parima/Rupununi de Roraima e da Guiana constituída geologicamente por grande parte da Formação Boa Vista feita por Roland Stevenson e codescobridores do extinto Lago Parima(e), também chamado Manoa, Rupununi ou White Sea, tido historicamente como um mar interior de dimensões comparadas ao Mar Cáspio situado na antiga Guiana que constituía o marco geográfico do mundialmente célebre El Dorado do Parima, a grande província aurífera e de pedras preciosas dos Incas. Contudo, esse blog não deve ater-se a essa descoberta sem precedentes em nosso país nos campos relacionados, mas tratar também de graves problemas científicos e culturais que a esta digam respeito ou que não lhe sejam imediatamente tocantes, exortando todos os amantes das culturas nativas da América Latina a lutarem pelo estabelecimento nos países relacionados de uma ciência independente e imparcial, que não diminua em seu valor nem trate de forma evasiva as nossas tradições indígenas maiores,mas que se empenhe em pesquisá-las e divulgá-las de forma rigorosa e comprometida.
Notamos que, em muitos de seus segmentos que tratam de nossos aspectos culturais comuns a ciência latino-americana vem se mostrando relutante ou acanhada em afirmar de forma altissonante a grandeza da cultura nativa conjunta da América Latina, que teve como o seu expoente máximo o apogeu do Império Inca, o qual atingiu o Oceano Atlântico e quase estendeu os seus domínios à toda a América do Sul, tal como a cada dia nos demonstram novas evidências de ordem histórica, antropológica, etnológica e arqueológica. E tais evidências, que dariam para preencher pesados volumes, serão tratadas brevemente e com linguagem acessível no decorrer desse blog, o qual tem como fim não apenas discorrer sobre estas evidências em si, mas contestar um pensamento científico ultrapassado, que em muito tem dificultado a integração cultural da América Latina, assim como a consolidação de uma identidade cultural comum que irmane os povos relacionados através dos sólidos vínculos consanguíneos estabelecidos em nosso passado por meio da conquista e expansão do Antisuyu, o Império Inca do Leste, num grande e esquecido feito histórico comparável ao de Alexandre, o Grande, mas operado em nosso continente pelos Incas Pachacuti, Tupác Inca Yupanqui e Guayana-Capac.



Tendo por fim começar a expor a contundência de tais evidências, recordo-me de uma conversa sobre que tive com o dedicado amante da cultura nativa da América Latina, historiador, escritor e membro de minha equipe Luiz Galdino, conversa esta que tratava dos indígenas Tukano, os quais eram originários da Colômbia e foram anexados ao Império Inca antes de sua migração para o Brasil, tendo atingido nosso país não somente na Amazônia, mas chegado até mesmo à Bahia, tal como indicam as menções históricas por ele levantadas. Lembremos também que as pioneiras pesquisas de Roland Stevenson indicam a presença de indígenas que falam quéchua em pleno Amapá, além de possuírem eles características físicas notadamente andinas. Infelizmente, embora Stevenson esteja convidando de forma recorrente os estudiosos brasileiros a documentar tais indígenas, seus insistentes convites em nada tem resultado, o que descortina mais uma vez esse grande problema científico de nosso país, o qual consiste numa injustificável repulsa a qualquer visão que ataque os velhos paradigmas responsáveis pela dissociação cultural da América Latina. Não obstante, devemos lembrar que o pensamento aqui defendido, conquanto seja até certo ponto contrário aos paradigmas vigentes da arqueologia brasileira, é enxergado com bastante simpatia por diversos arqueólogos de nossos países vizinhos, assim como europeus e, sobretudo, por milhares de indígenas quéchuas, descendentes vivos dos Incas, que atestam tratarem as suas tradições da conquista e da expansão do Antisuyo até regiões distantes da Amazônia brasileira. Devido sobretudo às diversas evidências e provas de que dispomos e que compartilharemos parcialmente com o leitor, acreditamos que o pensamento aqui defendido esteja prestes a se tornar o paradigma vigente da arqueologia latino-americana na área que lhe é respeitante. A descoberta do Lago Parima, o qual pode ser tido como o símbolo maior da unificação cultural da América Latina, constitui o nosso argumento maior sobre a presença Inca em terras brasileiras, e convidamos o leitor a adentrar nesse tema instigante e verdadeiramente épico. Afinal, menções históricas como as de Ciéza de León , de Gaspar de Carvajal, de Walter Raleigh,de Antônio de Berrio,Juan de Salas, Francisco Lopez de Gornara,etc. confirmam ,muitas vezes da forma mais clara e explícita, que os Incas atingiram a região do Lago Parima,o que era também indicado por seus informantes indígenas de diversas etnias. Como codescobridor do Lago Parima, que tem prestado uma importante colaboração ao muitíssimo admirado amigo e pesquisador Roland Stevenson, dedico nosso grande descobrimento a todos os amantes da cultura nativa conjunta da América Latina e a todos os agentes da disseminação dessa visão que nos irmana em nossas raízes ancestrais, tornando o nosso passado ainda mais épico e grandioso.